Panorama da Hotelaria Brasileira: Prévia do 1º trimestre de 2014
Conforme esperado na última prévia do Panorama, o desempenho hoteleiro das cidades analisadas no Panorama da Hotelaria Brasileira foi modesto. A boa notícia é que em diversos mercados, o crescimento de demanda foi expressivo, na casa de dois dígitos. O carnaval em março e o adiantamento do período de férias de muitas empresas para a época da Copa do Mundo contribuíram para que os três primeiros meses do ano fossem mais movimentados.
No agregado das seis cidades estudadas no Panorama, o 1º trimestre de 2014 teve forte aumento de oferta e demanda (6,2% e 5,6%, respectivamente), mantendo a taxa de ocupação praticamente estável (-0,5%). Ainda assim, como os hoteleiros estão se sentindo pouco confiantes devido aos resultados dos empreendimentos nos dois últimos anos, a diária média e o RevPAR aumentaram de forma moderada (1,6% e 1,1%, respectivamente), ficando mais uma vez abaixo da inflação acumulada durante o período analisado.
O mercado hoteleiro do Rio de Janeiro apresentou forte queda de ocupação (7,1%), devido ao grande aumento de oferta (9,5%) e ao leve incremento de demanda (1,7%). Por ter sido um trimestre menos aquecido do que o usual, as tarifas pouco cresceram (1,7%), o que resultou na primeira redução de RevPAR (5,6%) dos hotéis cariocas desde que a HVS/HotelInvest passou a analisar os dados da cidade. Apesar de o período contemplar as férias e o carnaval, alta temporada para o mercado do Rio de Janeiro, parte dos turistas acabou deixando de viajar nessa época para poder visitar a cidade durante a Copa do Mundo.
Após nove trimestres seguidos de queda, a demanda dos hotéis de São Paulo apresentou estabilidade (-0,3%), o que, juntamente com a oferta também constante, fez com que a ocupação praticamente não variasse (-0,4%). Assim, os hoteleiros conseguiram aplicar o maior aumento de diária visto nas cidades analisadas (3,7%), impulsionando o crescimento do RevPAR em 3,3%.
Mais uma vez, a demanda de Salvador apresentou um aumento bastante expressivo (18,8%), uma vez que as empresas voltaram a fazer negócios mais cedo, devido ao carnaval em março. Além disso, muitos shows aconteceram na cidade (David Guetta, Ivete Sangalo e Elton John). Como a oferta cresceu de forma menos intensa (15,7%) que a procura por hotéis na capital baiana, a ocupação conseguiu evoluir 2,6%. A diária, por sua vez, obteve incremento de 1,8% e o RevPAR apresentou o segundo maior aumento dos mercados analisados (4,5%).
Da mesma forma que no trimestre passado, os hotéis de Curitiba atingiram o maior crescimento de RevPAR das cidades estudadas (12,7%). Esse incremento aconteceu devido, principalmente, ao grande aumento de ocupação (10,9%), resultado da evolução de demanda (11,2%) e variação praticamente nula da oferta (+0,2%). Por fim, a diária média evoluiu apenas 1,6%, abaixo do que foi visto nos trimestres de 2013.
Diferentemente do que Porto Alegre vivenciou em 2013, os primeiros três meses de 2014 mostraram uma performance positiva dos hotéis. Mesmo com o aumento de oferta (3,9%), a ocupação da capital gaúcha apresentou a segunda maior evolução das cidades analisadas (4,2%), devido ao expressivo crescimento de demanda (8,4%). Já as diárias aplicadas acabaram caindo (3,0%) e o RevPAR apresentou leve incremento (1,1%).
A procura por hotéis em Belo Horizonte cresceu bastante (14,3%) se comparada ao primeiro trimestre de 2013. Por outro lado, a oferta teve um aumento ainda mais expressivo (21,1%), o que fez com que a ocupação apresentasse forte queda (5,6%). Os patamares atuais de ocupação da capital mineira foram os mais baixos entre as seis cidades do Panorama, próximo dos 50%. Assim, a diária pouco evoluiu (1,7%), resultando em queda de RevPAR (4,0%).
Os hotéis das cidades analisadas apresentaram desempenho moderado no primeiro trimestre de 2014, porém com crescimento da demanda corporativa. Para o segundo trimestre, alguns mercados já demonstram bons indicadores durante os meses de abril e maio. A Copa do Mundo começa em junho, o que deverá impactar o desempenho dos hotéis, sendo que cada cidade apresenta uma perspectiva distinta: o Rio de Janeiro deverá alcançar bons resultados, enquanto o desempenho do mercado hoteleiro de São Paulo deverá ficar bem abaixo do esperado.
Fonte: Hotel Invest
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